Temer toma posse junto com todos os ministros

Presidente Michel Temer. Foto Orlando Brito

O senador Romero Jucá, presidente do PMDB e futuro ministro do Planejamento, é categórico: Michel Temer toma posse na quinta-feira junto com toda a equipe ministerial. A ideia de dividir a nomeação em duas etapas foi descartada. “Não dá para começar o governo com ministros de primeira e de segunda classe”, diz Jucá.

No Palácio do Jaburu, chegou a se avaliar a possibilidade de indicar na quinta-feira os ministros da área econômica e palacianos. Talvez, ainda, o ministro da Justiça — isso porque o entorno de Temer assegura que a indicação de Alexandre Morais, atual secretário de Segurança de São Paulo, está consolidada. A ordem, agora, é concluir a montagem do quebra-cabeça até a quarta-feira à noite, quando, também, será votada a abertura do processo de impeachment no Senado.

Nas ida e vindas na montagem da nova equipe, Michel Temer resolveu bancar uma equipe mais enxuta, numa sinalização de que não ficará refém de base governista, o  que pode agradar aos agentes econômicos e a população. Assim, pastas serão extintas, outras fundidas, em um desenho com 22 ou 23 ministérios.

Com essa decisão, nova dança das cadeiras agita os partidos que apoiam Temer. Um exemplo: o deputado Roberto Freire, presidente do PPS, estava todo animado com a perspectiva de assumir a Cultura. A pasta deve mesmo ser incorporada ao Ministério da Educação, destinada ao deputado Mendonça Filho (DEM-PE). Aí, outro pernambucano, o deputado Raul Jungmann (PPS), volta ao páreo pelo Ministério da Defesa. Jungmamn foi indicado pelo ex-ministro Nelson Jobim e é um nome que agrada aos comandantes militares.

Como informou Helena Chagas, a APEX, agência de promoção de vendas no mercado externo, pode ser incorporada ao Itamaraty. José Serra gostou. Tinha perdido o comércio exterior, braço importante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Ele faz questão, no entanto, de dizer que não tem informação sobre como está sendo montada a equipe de Temer e nem como o redesenho das funções na Esplanada dos Ministérios.

Mas, se Serra consegue um naco de outro ministério, Henrique Meirelles ganha corpo e se candidata a ser um dos mais poderosos ministros da Fazenda das últimas décadas. Ele está colocando sob as suas asas a Previdência, que se desmembra do Trabalho e vira uma secretaria da Fazenda. Isso reforça a decisão de Temer, que vai bater de frente com o movimento sindical, de propor uma reforma da Previdência.

 

 

 

 

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