O medo de Temer, Maluf e Eurico do plantão das juízas em Brasília

Ministra Laurita Vaz e a Advogada-Geral da União Grace Mendonça

Tem gente rica e poderosa contando nos dedos os dias que faltam para acabar as férias dos juízes em Brasília. Na ótica deles, Gilmar Mendes e outros colegas, com conceitos e decisões semelhantes, nunca fizeram tanta falta.

É o que também sentem os advogados que defendem Paulo Maluf, os atos do governo Michel Temer, e até a tentativa de manter, pelo tapetão, Eurico Miranda na presidência do Vasco da Gama.

Todos eles se coçam quando avaliam as chances de sucesso com as plantonistas na cúpula da Justiça em Brasília: as ministras Cármen Lúcia e Laurita Vaz, presidentes do STF e do STJ.

Na novela da nomeação para o Ministério do Trabalho de Cristiane Brasil – filha de Roberto Jefferson, dono do PTB –, barrada pela Justiça Federal, todo dia se anuncia e se recua de um recurso à Laurita ou à Cármen Lúcia.

A Advocacia-Geral da União até teve que apresentar aos inquilinos do Palácio do Planalto uma espécie de dossiê sobre chances e riscos de cada um desses recursos.

Foi com base nesses prognósticos que, na quinta-feira (11), Temer se reuniu com Jefferson e a filha para decidirem o que fazer. Optaram por continuar a recorrer ao TRF-2 no Rio de Janeiro. Menos arriscado do que encarar Laurita ou Cármen Lúcia.

A incansável defesa de Maluf enfrenta dilema parecido. O advogado Antônio Carlos Almeida Castro, o Kakay, sabe como ninguém distinguir plantões judiciais favoráveis e desfavoráveis. Seu principal campo de batalha são os tribunais superiores, mas sua guerrilha diária para tentar tirar Maluf da cadeia tem sido na Vara de Execuções Penais de Brasília.

Eurico Miranda

Por muitos anos, Eurico Miranda, como deputado e cartola, foi todo prosa pelo sucesso nos variados tapetões judiciais. Mais uma vez, ele esperava se safar, mesmo com a escancarada fraude na tal urna 7, em que obteve uma vitória espetacular, digna das “eleições” que consagram ditadores mundo afora.

A aposta maior de Eurico era liquidar a fatura no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Depois de sucessivas derrotas em decisões de duas juízas, sua turma achou que poderia virar o jogo com a escolha do desembargador Luiz Zveiter como novo relator. Ele se declarou impedido e Eurico perdeu de novo.

Sem nenhuma outra alternativa, seu mandato acaba na terça-feira (16), Eurico vai ter de encarar uma das temidas plantonistas de Brasília.

A conferir.

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