DataFolha mostra que chororô por prisão de Lula é má aposta eleitoral

Lula com militância em São Bernardo. Fotos Publicas/ Ricardo Stuckert

Os resultados da pesquisa DataFolha, divulgados nessa madrugada (15), põem em xeque a estratégia do PT e aliados de tentar faturar política e eleitoralmente com a prisão de Lula.
Não são os números desfavoráveis que chamam mais atenção. O mais importante nem é a maioria achar a prisão justa, considerar Lula fora do páreo, e não se animar com seus supostos herdeiros políticos e eleitorais.

Como em todas as pesquisas, os números são uma fotografia de momento. Um olhar mais atento, por quem é do ramo, pode vislumbrar com mais técnica as tendências.

A candidata Marina Silva. Foto Orlando Brito

Mauro Paulino e Alessandro Janoni, diretores do DataFolha, na análise sobre essa pesquisa, chamaram a atenção para a queda de Lula nas respostas espontâneas, a desilusão dos eleitores com os políticos em geral, e a largada algo afunilada na corrida presidencial.

O mais relevante foram suas conclusões. Num cenário em que quem é visceralmente a favor ou contra Lula se divide igualmente entre cerca de 30% dos eleitores que se dispõem a votar, o desempate é dos que estão fora dessa polarização e representam quase 40% dos eleitores. Eles são chamados de eleitores-pêndulo.

O que a pesquisa revela sobre o que eles estão pensando?

Paulino e Janoni explicam que se trata de um estrato que majoritariamente não votou em Lula e em Dilma no primeiro turno, mas foi decisivo para elegê-los no segundo turno. Mas que, nessa pesquisa, eles se apresentam bastante abertos a outras candidaturas.

Conclusão da dupla de analistas do DataFolha: “Uma estratégia para atrair esse segmento é evitar a radicalização do discurso, tão explícito de um lado e de outro no episódio da prisão do ex-presidente Lula”.

Deputado Jair Bolsonaro. Foto Orlando Brito

Para Bolsonaro e assemelhados, franco atiradores, o que vier das urnas é lucro. Vão continuar a bater sem dó.

O PT e seus parceiros têm muito mais a perder.

Nas eleições municipais de 2016, o PT se iludiu com o potencial eleitoral da narrativa de que Dilma Rousseff tinha sido apeada do poder por um “golpe”. Não colou e naufragou nas urnas.
A aposta agora é tentar vender a narrativa de que Lula, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, é um preso político.

Parece que também não vai dar certo.

A conferir.

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