Justiça do Brasil quer seguir exemplo de Justiça do Paraguai

Lula no 247. Reprodução YouTube
Lula no 247. Reprodução YouTube

É inacreditável a quantidade de gente bufando no Brasil de hoje. Por esses dias, cientistas políticos experientes, e talvez um pouco senis, passaram a colocar em dúvida o trabalho de décadas do Instituto Datafolha por este colocar o nome de Lula em suas pesquisas eleitorais.

Entre outras diatribes, alegam que colocar o nome de Lula produz um “viés”, representa um estímulo que “influencia” as respostas. Hilariante, pois colocar qualquer nome equivale a um estímulo.

Alguns chegam a dizer que o Datafolha usa um método “ultrapassado”. Todos os candidatos, desde que não sejam presunçosos, incluem Lula em suas pesquisas para consumo interno, mas naquelas que são feitas para o público em geral incluir o nome do petista preso é algo ultrapassado.

Condenado e preso, Lula mantém seus direitos políticos e poderá votar em 7 de outubro. Mas, antes disso, a Justiça terá que decidir se ele poderá ou não apoiar, com depoimentos em vídeo, o seu candidato.

Esse debate já está começando e, por ora, já há dois lados, o da lei e o da moralidade. Vamos nos defrontar com muita ginástica. A Justiça poderá impedi-lo de gravar novos vídeos, mais atualizados com o calor do dia-a-dia da campanha. Mas se o petista não for um inocente, ele já deve ter alguns depoimentos pré-gravados.

Logo, podemos supor um próximo embate jurídico: estes vídeos poderão ou não ser usados? E, mais adiante, se seu nome poderá ser citado pelos candidatos de seu partido e de partidos aliados. Vocês acham que estou debochando? Vocês acham que isso nunca aconteceu no mundo? Lamento, mas estão desinformados. A Justiça brasileira tem onde se espelhar para tirar Lula da campanha: o Paraguai!

Pois é, nas eleições presidenciais de 2003, no Paraguai, o candidato da UNACE, Guilhermo Sanchez, foi proibido pelos tribunais de usar imagens do ex-general Lino Oviedo na campanha eleitoral. Não adiantou nada. Oviedo estava exilado no Brasil. Gravava depoimentos em Curitiba. Estes eram transmitidos e captados via antenas parabólicas. Hoje as transmissões seriam feitas pelas redes sociais. Portanto, não é descabido supor que alguém recorra à Justiça no Brasil proibindo o uso de imagens do ex-presidente Lula. Muito menos supor que não haverá um Juiz a deferir esta proibição.

O candidato de Oviedo perdeu as eleições no Paraguai. Mas, fizeram o que fizeram no Paraguai, porque não queriam pagar para ver. Aqui no Brasil, acho que são muitos os que não querem correr nenhum risco. Vocês não lembram que já teve gente defendendo a extinção do partido do ex-presidente, o PT.

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